Presente [dos dias de chuva]


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Hoje fiz uma coisa que há tempos não fazia, saí na chuva sem guarda chuva, fui na minha varanda preferida. Fiquei lá olhando as nuvens escuras que cobriam o céu, passei um bom tempo estática, sentindo os pingos de água caindo sobre o meu rosto. Os pensamentos voaram, atingiram muito mais do que os olhos poderiam ver, eles foram parar dentro do mais profundo canto do meu coração.
Pensei sobre coisas que ouvi durante toda minha vida, lembrei das histórias infantis e dos seus perfeitos finais felizes, sempre me perguntei por que as histórias acabavam ali, parecia que o importante era o drama, não a felicidade. Deve ser por isso que as crianças crescem e adoram novelas.
Pensei nas amizades, que tenho, que tive, que quero ter, pensei nos amores, pensei no amor. Pensei em você, pensei em nós.
Pensei em o quanto poderia ser sua amiga, lembrei de algumas conversas. Mas você não quer um amor? Uma nova paixão? Poderia me entregar a você, delirar de amor, sentir o seu calor. Quero te mostrar o que sinto, cantar no seu ouvido como a brisa fresca de um dia chuvoso, te levar pra dentro do meu mundo.
Quer uma carona nas minhas asas? Vamos aos lugares que você não pode ver com seus olhos, ouvir os prantos das folhas que caem das árvores, ver o ardor de quem teima em olhar diretamente pra luz do sol, sentir a liberdade que se encontra nas asas dos pássaros, ter visos das margaridas brancas mais belas. Lá estaremos tão leves quanto às nuvens. E quando chegarmos no mais alto dos céus, serei teus pés. Permita sentir, segure a minha mão, vamos ver onde o coração pode chegar.
Quero te trazer comigo e ir contigo, fazer tudo ficar mais fácil quando a vida fica difícil. Quero te mostrar o prazer e o amor ao mesmo tempo, aventura e mansidão ao mesmo tempo, êxtase e sentido por completo. Porque se é verdade você pode ver até na escuridão do fim do dia, e é quando lá que eu vou estar.
Levarei você pra ver as minhas correntes, sempre fui minha própria prisioneira. Minha alma viajante e o meu coração independente por você, agora, correm perigo. Eu preciso dos teus segredos, dos teus medos, preciso tirar o seu sossego. Preciso te fazer uma pergunta: você vem?
Com e sem consequências, sem jogos ou lamentações. De um jeito calmo ou febril, tanto faz. Você vem?
Janaina de Oliveira

Comentários

  1. Me impressiona q ngm tenha comentado nesse texto.
    Deu um pau nos dois textos que um dia escrevi e que já entraram no seu blog. Conseguiu transmitir de maneira perfeita os sentimentos - suponho eu! - q c tinha ou tem dentro de vc. Transmitiu de maneira muito mais forte que eu fiz naqueles dois textos.
    Muito bom msm, gostei mt de ler e provavelmente lerei mtas outras vezes.

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