Ela ainda está em mim, sonhos.
Hoje me deparei com um pedido estranho:
- Jana, se eu escrever um texto legal você posta no seu blog?
- Claro!
Mesmo que não seja legal, eu posto (pensei)
Mas ficou legal sim, muito legal. =)
Estava cansado.
Aquela terça-feira não tinha sido das mais difíceis, mas havia lhe cansado de uma maneira única. Assim que chegou em casa e jantou, viu apenas um pouco de televisão e desabou na sua cama. O cansaço se converteu num sono pesado, que apenas alguns minutos mais tarde se converteu num sonho.
No sonho, estava num daqueles cruzamentos que tanto passa pela cidade. Mas aquela Aracaju de sonho adquirira um aspecto muito mais bonito, com o tempo frio e nublado de tons pastéis e as árvores esparramando folhas secas pelo chão. Aquela cidade, daquele jeito, mal lembrava a quente e ensolarada Aracaju. Parecia mais com uma cidade da Inglaterra em tempos de outono.
Olhou em volta, havia poucas pessoas andando pela rua, alguns carros parados e nenhum tráfego na rua. Sentiu o vento frio e um pouco seco batendo de leve nele, mas não se incomodou, pois gosta e sempre gostou de frio. Olhou mais atentamente para si mesmo e viu que vestia uma roupa de frio, também tipicamente inglesa: um sobretudo azul bem escuro, com calças da mesma cor e luvas e tênis pretos com uma faixa branca larga na lateral.
Observava toda essa paisagem no canteiro que dividia as duas pistas daquele cruzamento, sem contudo cruzar a rua. Assim que decidiu caminhar para o outro lado da rua, alguém se pôs ao seu lado. Sem dar muita importância, continuou o percurso.
Quando já estava cruzando a rua, olhou direito para a pessoa que estava ao seu lado. Havia percebido sim que era uma menina, mas só olhando bem que viu que era ela. A síntese de um amor que bateu forte no seu peito alguns meses antes naquele mesmo ano, mas que não se concretizou, e que por isso mesmo o deixou numa tristeza muito grande por um bom tempo. Foi uma pessoa que o fascinou de uma maneira singular, que parecia em tudo com ele e, ao mesmo tempo tinha diferenças que o instigavam a conhecê-la mais ainda. Todos aqueles meses que não a via (não sabia precisar quantos, mas provavelmente uns cinco) se tornaram relativos naquele momento. O coração, que não palpitava com força há um bom tempo, em instantes gerou pancadas sucessivas contra sua caixa toráxica. Era como se mesmo nada tendo dado certo, suas esperanças tivessem renascido das cinzas e ele tivesse a certeza de que conseguiria se tentasse mais uma vez.
Admirou todos os detalhes de seu rosto novamente. Os olhos negros, de escuridão e profundidade abissal tinham o mesmo brilho de quando a vira pela primeira vez, colocados por trás das mesmas transparentes lentes de grau.A pele continuava branca e lisa e o cabelo, que ficava na altura dos ombros, crescera um pouco e agora chegava em parte das costas, mas mantinha o mesmo tom castanho com algumas mechas um pouco mais claras. Trajava um casaco grosso, de um tom de cor parecido com o seu, mas com um cachecol um pouco mais claro em volta do pescoço. Saias longas com meias-calça, botas escuras de camurça, de cano longo, e luvras pretas como as suas completavam o visual. E ele sentiu que tudo isso que vira nela não havia durado mais que uns quinze segundos.
Enquanto olhava para ela, ela sorriu. Um sorriso simples, leve, que lhe transmitiu uma sensação enorme de paz. E antes que ele falasse seu nome, ela começou uma conversa. Conversaram parados ali, ainda na rua e perto da calçada mesmo. Até que ela disse algo que o deixou congelado.
"Me decidi. quero namorar você. Você ainda quer?"
Nem sabia ao certo se era essa frase mesmo que tinha ouvido. Mas pouco importava, o sentido era aquele mesmo que ele queria que fosse, enfim. Ainda sem acreditar, apenas falou algo para afirmar. E depois disso sentira a garganta secar, assim como as mãos por dentro das luvas. O som pareceu sumir, sua visão desfocou ao redor e ganhou mais nitidez na direção do rosto dela. Ela colocou as mãos em volta das dele e encostou os lábios no dele. E assim um beijo se formou.
Nunca havia se sentido daquele jeito antes. Sentia os pés no chão, mas a perfeita sensação de alçar vôo. O coração já não palpitava com tanta força, apenas num ritmo que ele poderia considerar "bom". Não sabia se aquilo era de fato o amor que ele não tinha conseguido antes. Mas quem se importava? Era melhor do que ele podia esperar, definitivamente.
Ela sugeriu que fossem tomar um sorvete. E assim foram. Aonde estavam havia uma sorveteria próxima. Andaram de mãos dadas e muito próximos. Algumas ruas mais à frente, chegaram na sorveteria. Sentaram e cada um pediu o que queria. Continuaram conversando, até que enquanto aguardavam seus pedidos se beijaram mais uma vez. Mas dessa vez, ao abrir os olhos novamente, não estava mais com ela na sua frente. Estava no seu quarto, deitado em sua cama e não havia ninguém por lá.
O despertador do celular marcava 6:00 da manhã. Era mais um dia de estudo na Universidade e de trabalho á tarde no estágio. A vida seguia, mas depois desse sonho, ele tinha uma certeza : o fantasma do maior amor que já sentira - e que não deu certo, logicamente - continuava a lhe perseguir, e talvez continue pelo resto de sua vida...
Pedro Ivo, ao som de The Fray - Hundred
- Jana, se eu escrever um texto legal você posta no seu blog?
- Claro!
Mesmo que não seja legal, eu posto (pensei)
Mas ficou legal sim, muito legal. =)
Estava cansado.
Aquela terça-feira não tinha sido das mais difíceis, mas havia lhe cansado de uma maneira única. Assim que chegou em casa e jantou, viu apenas um pouco de televisão e desabou na sua cama. O cansaço se converteu num sono pesado, que apenas alguns minutos mais tarde se converteu num sonho.
No sonho, estava num daqueles cruzamentos que tanto passa pela cidade. Mas aquela Aracaju de sonho adquirira um aspecto muito mais bonito, com o tempo frio e nublado de tons pastéis e as árvores esparramando folhas secas pelo chão. Aquela cidade, daquele jeito, mal lembrava a quente e ensolarada Aracaju. Parecia mais com uma cidade da Inglaterra em tempos de outono.
Olhou em volta, havia poucas pessoas andando pela rua, alguns carros parados e nenhum tráfego na rua. Sentiu o vento frio e um pouco seco batendo de leve nele, mas não se incomodou, pois gosta e sempre gostou de frio. Olhou mais atentamente para si mesmo e viu que vestia uma roupa de frio, também tipicamente inglesa: um sobretudo azul bem escuro, com calças da mesma cor e luvas e tênis pretos com uma faixa branca larga na lateral.
Observava toda essa paisagem no canteiro que dividia as duas pistas daquele cruzamento, sem contudo cruzar a rua. Assim que decidiu caminhar para o outro lado da rua, alguém se pôs ao seu lado. Sem dar muita importância, continuou o percurso.
Quando já estava cruzando a rua, olhou direito para a pessoa que estava ao seu lado. Havia percebido sim que era uma menina, mas só olhando bem que viu que era ela. A síntese de um amor que bateu forte no seu peito alguns meses antes naquele mesmo ano, mas que não se concretizou, e que por isso mesmo o deixou numa tristeza muito grande por um bom tempo. Foi uma pessoa que o fascinou de uma maneira singular, que parecia em tudo com ele e, ao mesmo tempo tinha diferenças que o instigavam a conhecê-la mais ainda. Todos aqueles meses que não a via (não sabia precisar quantos, mas provavelmente uns cinco) se tornaram relativos naquele momento. O coração, que não palpitava com força há um bom tempo, em instantes gerou pancadas sucessivas contra sua caixa toráxica. Era como se mesmo nada tendo dado certo, suas esperanças tivessem renascido das cinzas e ele tivesse a certeza de que conseguiria se tentasse mais uma vez.
Admirou todos os detalhes de seu rosto novamente. Os olhos negros, de escuridão e profundidade abissal tinham o mesmo brilho de quando a vira pela primeira vez, colocados por trás das mesmas transparentes lentes de grau.A pele continuava branca e lisa e o cabelo, que ficava na altura dos ombros, crescera um pouco e agora chegava em parte das costas, mas mantinha o mesmo tom castanho com algumas mechas um pouco mais claras. Trajava um casaco grosso, de um tom de cor parecido com o seu, mas com um cachecol um pouco mais claro em volta do pescoço. Saias longas com meias-calça, botas escuras de camurça, de cano longo, e luvras pretas como as suas completavam o visual. E ele sentiu que tudo isso que vira nela não havia durado mais que uns quinze segundos.
Enquanto olhava para ela, ela sorriu. Um sorriso simples, leve, que lhe transmitiu uma sensação enorme de paz. E antes que ele falasse seu nome, ela começou uma conversa. Conversaram parados ali, ainda na rua e perto da calçada mesmo. Até que ela disse algo que o deixou congelado.
"Me decidi. quero namorar você. Você ainda quer?"
Nem sabia ao certo se era essa frase mesmo que tinha ouvido. Mas pouco importava, o sentido era aquele mesmo que ele queria que fosse, enfim. Ainda sem acreditar, apenas falou algo para afirmar. E depois disso sentira a garganta secar, assim como as mãos por dentro das luvas. O som pareceu sumir, sua visão desfocou ao redor e ganhou mais nitidez na direção do rosto dela. Ela colocou as mãos em volta das dele e encostou os lábios no dele. E assim um beijo se formou.
Nunca havia se sentido daquele jeito antes. Sentia os pés no chão, mas a perfeita sensação de alçar vôo. O coração já não palpitava com tanta força, apenas num ritmo que ele poderia considerar "bom". Não sabia se aquilo era de fato o amor que ele não tinha conseguido antes. Mas quem se importava? Era melhor do que ele podia esperar, definitivamente.
Ela sugeriu que fossem tomar um sorvete. E assim foram. Aonde estavam havia uma sorveteria próxima. Andaram de mãos dadas e muito próximos. Algumas ruas mais à frente, chegaram na sorveteria. Sentaram e cada um pediu o que queria. Continuaram conversando, até que enquanto aguardavam seus pedidos se beijaram mais uma vez. Mas dessa vez, ao abrir os olhos novamente, não estava mais com ela na sua frente. Estava no seu quarto, deitado em sua cama e não havia ninguém por lá.
O despertador do celular marcava 6:00 da manhã. Era mais um dia de estudo na Universidade e de trabalho á tarde no estágio. A vida seguia, mas depois desse sonho, ele tinha uma certeza : o fantasma do maior amor que já sentira - e que não deu certo, logicamente - continuava a lhe perseguir, e talvez continue pelo resto de sua vida...
Pedro Ivo, ao som de The Fray - Hundred
Lindo texto. Eu, pensando como cineastra, faria um super vídeo-clipe com esse roteiro. A musica teria que ser explêndida.
ResponderExcluirPAranbéns man pelo lindo texto.
Quando crescer, farei um assim.
:D
Gostei do pedido e da vontade em atendê-lo :)
ResponderExcluirE o texto ficou bem legal! Você devia publicar mais as coisas que escreve, em vez de ficar escondendo suas idéias :*
Lindo...Lindo ^^
ResponderExcluirPépi como sempre um doce!
ResponderExcluirSua forma de escrever prende a atenção até a última palavra do texto! Ótimo texto, vc tem realmente o dom da escrita, Pedro!
ResponderExcluireXplendido! Apóio a idéia do cineástRa totalmente!
ResponderExcluir=D
Texto perfeito! Pedro perfeito!
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