2x Nós
Algumas pessoas vão
entender quando eu falar sobre a dualidade do meu ser, sobre a disputa interna pela qual eu passei nesses últimos tempos, e a que ainda passo e sei que
passarei.
Sobre isso, hoje eu quero
admitir que gosto mais da outra, da desmiolada, da que não liga, da que não tem
medo, da autoritária, prepotente e confiante. Da mais generosa, da que gosta de
novidades, da que não tem preconceitos, da ousada. É dela que eu gosto, é ela
que admiro.
Admiro quando ela está
calma, quando ela está feliz, quando ri sozinha, quando sente o ar tocando no
rosto, a água tocando na pele e o calor do sol já não incomoda.
E o mundo todo vira uma
imagem estática que lembra os verdes pastos das pinturas árcades ou as
fotografias azuis com tons em sépia tiradas em praias tropicais. O som é breve
e suave, com notas fortes e firmes que se entrelaçam em movimentos que o
sentimento quase não consegue alcançar e vive a correr, sem nunca saber o que
existe depois da chegada.
Por Janaina de Oliveira
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